Sempre que eu viajo, mesmo que seja para um lugar já muito visitado, gosto de descobrir algo novo, ou fazer algum passeio que não seja já tão batido e conhecido de todos os turistas. Por isso, em maio estive em Curitiba conhecendo os principais pontos dessa linda cidade e aproveitei para dar um pulinho em Ponta Grossa. O motivo: conhecer as fascinantes e milenares formações geológicas do Parque Estadual de Vila Velha. Tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, é um lugar de grande importância para a preservação ambiental, já que sua fauna e flora são muito ricas.
Localizada a cerca de 80km da capital paranaense, é muito fácil chegar a Ponta Grossa. Estava de carro alugado, cerca de R$70,00 a diária, mas existem ônibus de linha que vão de Curitiba para lá. A estrada pela BR-376 é ótima, além de ter um visual muito bonito. Em cerca de 1h20 chega-se ao destino, que também é muito fácil identificar pois existem placas na rodovia indicando o acesso ao parque.
A estrutura lá dentro impressiona logo na chegada e conseguimos perceber os resultados de toda reestruturação pela qual o local passou em 2004. É uma área muito grande, com um gigantesco estacionamento. Logo na entrada o turista é encaminhado a bilheteria para escolher qual tour irá fazer. São duas opções: somente o tour que leva a trilha dos arenitos (a principal atração do local), ou o tour combinado dos arenitos + Furnas e Lagoa Dourada. Fizemos o pacote completo pelo valor de R$18,00.
Ambos os tours têm horário marcado, geralmente um na parte da manhã e outro na parte da tarde. Uma opção enquanto se aguarda o passeio começar é visitar o museu do parque, onde há várias fotos e explicações sobre os animais encontrados ali, bem como registros de toda a flora. No horário marcado, um ônibus especial leva os turistas até o ponto de partida da trilha.
A trilha dos arenitos é algo impressionante. Logo que o ônibus deixa os visitantes no ponto de partida, avistamos os gigantescos blocos de pedra e arenito em formações incríveis. São formações geológicas super diferentes. Muitas parecem ter a forma de objetos, casualmente formados pela erosão, e por isso são batizados com o nome do objeto ao qual se assemelham. É o caso do arenito mais famoso da área, símbolo de Vila Velha, chamado “A taça”.
Todo o trajeto da trilha é feito por conta própria, o que é ótimo já que dá a chance de caminhar, observar e fotografar à vontade, no seu próprio ritmo. Mas o bacana é que existem guias que ficam espalhados em alguns pontos da trilha, para fornecer informações ou alguma ajuda caso necessário.
Diante desses imensos paredões nos sentimos muito pequenos e ficamos imaginando como toda essa região se formou através dos tempos.
Após concluir a trilha, que tem alguns trechos com pequenas subidas, o ideal é fazer uma pausa enquanto aguarda o próximo tour. O parque conta com uma lanchonete onde é possível fazer um lanchinho. E novamente na hora marcada, o ônibus parte para levar os turistas até o outro ponto onde estão as Furnas. Fica bastante afastado, permitindo ter a noção de como essa área é grande. As Furnas se caracterizam por serem grandes crateras, muito fundas, com vegetação exuberante e água no seu interior, que vem de um lençol subterrâneo.
É praticamente a mesma coisa que um cenote, as típicas formações que vemos na região do Yucatán, no México. Um grande buraco no chão e no fundo dele um rio. Mas nesse caso é muito profundo mesmo, numa das crateras era até difícil conseguir ver onde estava a água. Antigamente existia um elevador que descia para levar os visitantes muitos metros abaixo do nível da terra, mas esse mecanismo está fora de operação porque sua enorme estrutura estava danificando a conservação ambiental.
Para ir de uma cratera a outra caminhamos um pouco por um gramado belíssimo, todo cercado por araucárias, as lindas árvores características do Sul. Existem alguns pontos ao longo desse caminho com banheiros e bebedouros, há uma boa estrutura para o visitante.
De lá, partimos para um outro ponto também afastado. O ônibus leva para a última parada do passeio, que é mais rápida do que o restante. Chegamos na Lagoa Dourada, com cerca de 3 metros de profundidade, e cuja coloração faz jus ao nome, especialmente quando o pôr do sol está próximo. Os raios incidem no fundo da lagoa que é composta por minerais, conferindo a cor que a torna tão única. É muito bonita, e o que os visitantes veem é só um pedacinho dela. Suas águas brilham mesmo num tom dourado que dá toda beleza à paisagem. Quando essa visitação chega ao fim, o ônibus leva a todos de volta para a entrada do parque por volta das 15h30, horário em que as atividades são encerradas.
É um passeio de um dia apenas totalmente válido para quem estiver em Curitiba e quiser conhecer um pouco mais das atrações regionais. Ótima oportunidade também para constatar que existem muitas riquezas a se conhecer e valorizar no Brasil, muito mais do que imaginamos…
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