Lagoa Santa, Minas Gerais. Esse lugar localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, apesar de estar tão próximo de um grande centro urbano, ainda não é conhecido de muitos turistas brasileiros. Trata-se de um verdadeiro tesouro nacional, e até mesmo da humanidade.
O que torna esse município tão importante é o fato de que nele se encontra o Parque Estadual do Sumidouro, onde fomos visitar a espetacular e quase indescritível Gruta da Lapinha. Essa gruta belíssima é um bloco de pedra calcária formado há 600 milhões de anos. Tem 40 metros de profundidade e 511 de extensão.
É muito fácil chegar ao Parque, já que existem várias placas indicativas na estrada, logo na saída do aeroporto de Confins. Funciona de terça a sexta feira das 9h as 17h. Pelo que observei, o local apresenta uma ótima estrutura para os visitantes. As visitas à gruta têm hora marcada, e antes de iniciar a descida, um guia especializado já começa a dar explicações sobre a área. Existem painéis explicativos para os turistas, e um museu muito interessante sobre o grande descobridor dessa região: Peter Wilhelm Lund. Ele veio da Dinamarca para o Brasil em 1825 em busca de tratamento médico, e aqui descobriu um mundo escondido. A grande riqueza geológica, paleontológica e arqueológica do interior de Minas Gerias despertaram tanto seu interesse que ele se estabeleceu de vez aqui e iniciou importantes pesquisas. Dessa forma, ele foi responsável pela descoberta e classificação de mais de 100 espécies de gêneros.
Muitos já devem ter ouvido falar no Homem de Lagoa Santa e em Luzia, a primeira mulher brasileira. Pois foi numa das cavernas desse região, em Lapa Vermelha, Lagoa Santa, que esses fósseis foram encontrados. Isso comprovou que essa foi, junto com a Serra da Capivara, a primeira região a ser habitada por humanos na América Latina. Os fósseis dos mais antigos homens americanos foram encontrados durante uma missão franco-brasileira na década de 70, numa tentativa de retomar os trabalhos de Peter Lund.
Toda trajetória do arqueólogo Peter Lund e a linha do tempo da ocupação de seres humanos na região são explicadas no Museu Arqueológico da Lapinha, dentro do parque. É possível ver os fósseis encontrados, objetos usados para manuseio nos primórdios da humanidade, ossos de animais gigantes que não mais existem e muito mais. Até mesmo a réplica do rosto de Luzia está em exposição.
A Gruta da Lapinha foi eleita uma das sete maravilhas da Estrada Real. A iluminação interna com lâmpadas de led valoriza o local, é muito bem projetada. A composição da caverna é de barros e resíduos endurecidos do fundo do mar que foram acumulados em camadas sobrepostas, numa formação absolutamente incrível. Seu interior apresenta ornamentações com desenhos tão lindos que nos deixam admirados com o capricho da natureza. São formadas de calcitas cristalizada, e suas várias formas dão nomes aos salões: Salão de Entrada, Sala da Catarata, Sala da Couve-flor, Salão da Catedral, entre outras. Apesar de ser necessário bastante cuidado e tênis ao adentrar a caverna, além de um capacete de proteção que é dado a cada um, não é um percurso difícil, e somos acompanhados todo o tempo pelo guia. Durante cerca de 1h ele nos mostra toda área possível de ser visitada – existem pontos onde não é possível o visitante comum entrar, inclusive alguns trechos com muitos morcegos. Somente profissionais entram para estudar a área.
Passeio imperdível e de fácil acesso. Nós fomos durante a Copa do Mundo de 2014, quando foi preparado para os turistas a Rota Peter Lund, para que todas as riquezas arqueológicas dessa preciosa região pudessem ser visitadas. Hospedando-se em BH rapidamente chega-se a gruta. Quem preferir, pode se hospedar em Confins. Nós ficamos perto do aeroporto de Confins e do parque, no Comfort Hotel. Dessa forma, fica mais fácil para quem quiser aproveitar para visitar também a Serra do Cipó, ótimo local para atividades esportivas e em contato com a natureza. Mais uma grande oportunidade de explorar as belezas naturais brasileiras.
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